ST3 – PALESTRAS

PALESTRA 1:
Prof. Dr. Pedro Val (Queens College - CUNY - EUA)
Biografia:
Geólogo pela UFAM, doutor pela Syracuse University e pós-doutor pelo Scripps Institution of Oceanography. Especialista em técnicas analíticas com isótopos cosmogênicos e em geomorfologia quantitativa. Investiga os processos que controlam a evolução de paisagens com foco em planícies continentais, regiões montanhosas e nas interações entre clima, tectônica e erosão fluvial. Atualmente pesquisa: (1) as relações entre processos de mudança na paisagem e biodiversidade e (2) controle tectônico e climático no fluxo de massa em zonas de subducção. É membro do Painel Científico da Amazônia e Editorial Advisor da revista Earth Surface Processes and Landforms. Cofundador e presidente do Grupo Científico em Evolução de Paisagens DELTA H.

Título da Palestra: A complexidade litológica pode ser um dos principais gatilhos de mudanças nas paisagens em ambiente intraplaca

As paisagens brasileiras são ricas em feições geomórficas sugestivas de transiência topográfica. Exemplos como capturas fluviais, cachoeiras (knickpoints), escarpas, frentes erosivas, vales fluviais abandonados, anomalias de drenagem, entre outros, são encontrados espalhados em todas as regiões do país. Em uma única bacia, encontramos estas feições transientes amplamente distribuídas. Por vezes, bacias vizinhas que drenam para o mesmo nível de base estão em desequilíbrio entre si, capturando umas as outras em diversas escalas espaciais. A ampla distribuição destas feições dificulta qualquer tentativa de identificar o mecanismo gatilho. Não existe uma falha tectônica ou uma mudança climática para cada ocasião. Seriam necessários múltiplos eventos com a perfeita distribuição espaçotemporal para explicar todas as feições e isto não é cientificamente satisfatório.

Como explicar, então, a distribuição generalizada de paisagens transientes? Nesta apresentação, demonstrarei, com dados topográficos e modelos numéricos, como a exumação de rochas com diferentes resistências à erosão pode ser um fator primário e, possivelmente, o principal precursor de mudanças topográficas e da rede de drenagem não só no Brasil, mas em regiões intraplaca. A exumação de diferentes tipos de rocha causa mudanças em níveis de base local e, assim, propiciam reorganizações na rede de drenagem e topografia. Este mecanismo não precisa de nenhum gatilho externo, faz parte da evolução de qualquer paisagem e ocorre continuamente ao longo do tempo geológico. Assim, identificar e quantificar os efeitos deste mecanismo pode ser transformador no entendimento da evolução de paisagens. Além disto, sua importância vai além das paisagens, pois mudanças na rede de drenagem afetam a biota aquática nela existente, podendo aumentar a biodiversidade aquática.

PALESTRA 2:
Profa. Dra. Marcilene dos Santos (UNESP)
Título da Palestra: Preterit landslides in a post-orogenic and post-rifting upland, southern Brazil, and potential controlling factors.

Landslides são movimentos de massa deflagrados por chuvas, atividade tectônica, queda do nível de base, reorganização de drenagens, atividades humanas ou qualquer combinação destes fatores, e causam muita perda de vidas. O aumento da frequência dos eventos extremos tem favorecido o aumento da ocorrência destes processos e afetado as taxas de erosão, o balanço entre as taxas de soerguimento e erosão. Bacias riftes e orógenos modernos têm atraído a atenção de pesquisadores de todo o mundo sobre os fatores controladores destes processos. Pouco se conhece sobre os controles de landslides no registro geológico, especialmente em contexto intraplaca. Esta palestra abordará aspectos quantitativos relativos ao relevo, sedimentação e padrão de drenagens a partir de dados de campo. Os resultados indicam que os landslides são influenciados pelo tipo de rocha, contraste de resistência entre rochas, reorganização das drenagens, rebaixamento do nível de base e rejuvenescimento topográfico.

PALESTRA 3:
Prof. Dr. Tácio Cordeiro Bicudo (IAG-USP)
A evolução da paisagem Cenozoica da Amazônia simulada através da modelagem numérica de processos geodinâmicos

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